O blog TAVERNA DOS PETULANTES é formado por seis amigos, todos estudantes da Turma 85 do curso de medicina da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que tem como intenção escrever sobre variedades, ou seja, um espaço aberto, sem delimitações ou barreiras. Aqui você encontrará de tudo um pouco nas nossas colunas, onde cada um tem a liberdade de escrever sobre o que quiser. Mas nossa principal intenção é aumentar a voz de quem quer falar, não hesitando em nada. Somos jovens e livres, temos que aproveitar esses dois fatores, e temos como principal intenção levar a verdade ao leitor, menos do que isso não é decente. Como a TAVERNA DOS PETULANTES é um espaço aberto, sinta-se a vontade para opinar, criticar, colaborar, corrigir, elogiar (falar mal também), esse espaço é seu, leitor, somos apenas seus humildes e queridos empregados. Desde já agradecemos a todos que nos visitarem.

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Entrevista Leonardo Boff


"A Teologia da Libertação não era causa minha, é a causa de uma geração, é um movimento." (Leonardo Boff)

Leonardo Boff, ex-bispo da Igreja Católica – excomungado –, e um dos criadores da Teologia da Libertação – ferrenhamente combatida pelo Vaticano pelo caráter deveras revolucionário –, cuja idéia é o combate das igualdades sociais embasado pelas teorias sociais marxistas, concedeu esta entrevista, em 1998, à revista Caros Amigos em que fala sobre o processo de excomunhão sofrido, política, religião e muito mais. É uma entrevista muito pertinente, interessantíssima, demasiadamente longa, contudo vale muito a pena. Apesar de muitos padres e seminaristas aderirem à teoria, ela perdeu força nos últimos anos.


Frei Betto – Eu queria começar com o seguinte: você tem que idade e quantos livros publicou?
Leonardo Boff – Bom, eu tenho 58 anos e 62 livros publicados.
Frei Betto – Teu pai era um erudito, ex-seminarista jesuíta, e a tua mãe morreu muito tempo depois dele, analfabeta…
Sérgio de Souza – A minha pergunta inicial era por aí mesmo: como foi a sua infância?
Leonardo Boff – Sou filho de imigrantes italianos, de avós italianos que foram para o Rio Grande do Sul e daí para Santa Catarina, no interior, e desbravaram a região que é Concórdia hoje, que é a sede da Sadia. Meu pai tinha sido quase jesuíta e fez uma opção curiosa, que foi a de acompanhar a colonização da região para ser professor, o farmacêutico, o juiz de paz, mestre-escola, puxador de orações, era um mestre da colonização.