Vamos nos relacionar...
...Bem?
_Bom dia!
_Eu disse bom dia! Não me ouviu não? (¬¬)
_Então se lasque seu surdo de m#%&@!
Ahhh... O bom relacionamento diário!
Terra da frieza, 25 de abril de 2011.
Querido Bom Relacionamento Diário,
Certamente não fazias a mínima idéia que lhe escreveria hoje, contudo, aqui estou pra falar um pouquinho da falta que tenho sentido de você. Nem acredito que mal nos despedimos.
Quero começar aliviando minha mente (só por desencargo de consciência), perguntando o motivo que levou você a ir embora assim, tão repentinamente. Por quê? Bom, imagino que não tenhas se adaptado à correria aqui da cidade grande, ou quem sabe saturou-se de manter contato apenas com o senhor Dinheiro, a senhora Riqueza e aquele tal amigo Orgulho. Deve ter sido ruim conviver em meio a esse tédio todo. Devo lhe dizer que pecou ao se envolver com coisas tão singulares, tão simplórias, tão repetitivas... Deverias ter ousado mais, expandido sua mente, juro que conseguirias observar detalhes muito interessantes, muito além do nada que descobriu na companhia desses três...
Tenho realmente sentido sua falta no meio de toda essa turbulência. Tente aparecer vez ou outra, ao menos dê uma passadinha. Quem sabe não lhe preparo um suculento bom dia recheado com por favor e obrigado?! Sei o quanto estes pratos lhe agradam, mas se ainda não for suficiente pra lhe convencer, prometo que, caso retornes, lhe apresentarei algumas pessoas muito interessantes. Você vai ver o quão bacana são e, quem sabe assim, se apegue menos aos seus velhos amigos.
Saudações!
Andar, correr, comer, falar, deitar, dormir, brigar, gritar... Fazemos tantas coisas em tão pouco tempo, às vezes é tudo tão automatizado, tão sistemático que nem percebemos um tiquinho das ações que executamos. É imensurável tal feito, quando nos damos conta (se é que nos damos) simplesmente FOI. Ok, e o que tem demais cometer um deslize ou outro sem que notemos? Afinal, todo mundo erra não está certo?!?! A resposta adequada é sim, todo mundo erra, mas alguns erros, quando não reparados, acabam se tornando vícios, com os vícios vem a dependência e, assim, quando notamos estamos completamente vulneráveis, incontrolados, adaptados, de certa forma, a agir de maneiras meio repugnantes as vezes.
Pare e pense: quantas e quantas vezes você já se deparou com uma situação, uma pessoa, enfim, com alguma cena na qual as atitudes de um ser em relação a outro te deixaram boquiaberto? (OHHH, como é possível que esta pessoa seja assim e assado?!?!). As pessoas realmente não são assim, elas ficam assim, pecam por pensar que suas atitudes inferem apenas no contexto atual, pensam apenas em si mesmas, acham que não se ferem, quando na verdade os reflexos de seus atos estão atuando como uma espada de dois gumes a qual se desembainha diretamente pela lâmina. Destratar uma pessoa com quem convivemos diariamente ou não, vai criando em nós uma série de prejuízos os quais, muitas das vezes, são difíceis de serem reparados.
Quão mágicas são as demonstrações de agradecimento, de solidariedade, gestos tão simples, que podem mudar tanta coisa, podem fazer tanta diferença. Pedir por favor, dizer muito obrigado, perguntar como vai, como foi, como vai ser... Somos pessoas extremamente diferentes em todos os aspectos, o amontoado de aprendizado que se pode extrair de cada um é algo que só de imaginar nos fascina, faz os olhos brilharem como os de uma criança avistando seu doce preferido. Sempre vai haver algo pra absorver, ainda uma migalha é mais do que o suficiente pra fazer-nos nos interessar em sermos pessoas melhores por nós e pelos que nos rodeiam. Pode parecer bobeira, mas esses pequenos grandes atos podem mudar muito de nós e de nossas vidas.
Continuando a prosopopéia ou personificação da carta acima, acredito que alguns dos seres ao qual o relacionamento diário poderia ser apresentado poderiam ser, por exemplo, o respeito, aquele que é capaz de evitar uma guerra, ou quem sabe a senhorita gratidão, a sábia capaz de fazer uma pessoa se orgulhar de algo que fez ainda que não pareça relevante para uma maioria desatenta.
Nossos dias são corridos, nossas vidas agitadas, desatentos seres... Cuidado! Alguém está te observando. O que os espectadores pensam a seu respeito? Quanto você já desfrutou das singularidades de cada um deles? Quantos deles você já afastou? Quantas vezes descobristes os motivos e os reparou?...
Vamos nos relacionar bem, vale à pena!
Pronto, falei!
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